
Foi numa tarde de primavera, na festa das amendoeiras em flor, que ela viu os olhos dele, negros e ele viu os olhos dela, verdes como uma esmeralda. Aquele olhar fez o Sol brilhar mais alto, as estrelas cintilarem como se não hovesse amanhã.
A partir daquela tarde, todos os dias ela ia à varanda e ele aparecia na rua, para ver o seu mundo, a sua pérola mais perciosa que todas as outras no mundo, a flor mais cativante que já vira.
Passaram assim os dias e mesmo só com os olhares, o amor cresceu com a idade! Cada olhar, que falava mais do que qualquer palavra, qualquer discurso... Cada olhar que era mais belo e puro que qualquer poema, mais precioso que qualquer jóia, mais brilhante que qualquer luar... fazia com que ele e ela fossem um só!
Mas um dia ele deixou de passar na rua e ainda hoje ela diz que o Sol nunca mais brilhou, o céu nunca mais foi azul e que jamais achará pérola com tamanho valor e encanto como ele naquela tarde de amendoeiras em flor!